segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Convento de Mafra




Palácio-Convento de Mafra

Obra central do reinado de D. João V, o Palácio-Convento de Mafra é um projecto colossal do Barroco português setecentista. Os seus números são impressionantes, como o testemunha a sua imensa área de aproximadamente 40 000 m2, a sua fachada nobre com 232 metros, os seus 29 pátios e 880 salas e quartos, as suas 4500 portas e janelas ou ainda as 217 toneladas que pesam os 110 sinos do seu famoso carrilhão.
A fundação deste mosteiro de frades arrábidos deveu-se a uma promessa feita por D. João V, caso a rainha fosse bem sucedida na concepção de um filho que tardava. Este promessa cumpriu-se em 1711, ano em que nasceu a princesa Maria Bárbara, a primogénita da descendência do Magnânimo. O projecto inicial estava dimensionado para acolher treze frades arrábidos, mas no final da construção albergou mais de 300. Com efeito, o número de frades e a dimensão do empreendimento sofreram um grande incremento.
No entanto, o projecto de Mafra só se iniciou a 17 de Novembro de 1717, realizando-se a sua sagração em 1730. As obras prosseguiram até 1737, altura em que o convento mafrense se encontrava praticamente concluído. Acrescentos posteriores vieram enriquecê-lo com obras de arte e a criação de outras dependências, como foi o caso da notável biblioteca conventual. Os planos de Mafra são entregues a João Frederico Ludovice, arquitecto-ourives alemão e que se formou no atelier romano de Carlo Fontana.
Para cada um dos lados da igreja estendem-se os corpos rectangulares e tripartidos do palácio, terminando nos ângulos por dois torreões de cobertura bolbosa, inspirados na antiga Casa da Índia do Terreiro do Paço lisboeta, destruída no terramoto de 1755.
O cenóbio possui diversas dependências que integram o museu do Palácio Nacional de Mafra, enquanto outras foram reconvertidas para acolherem a Escola Prática de Infantaria. Nestas áreas destacam-se algumas dependências pela sua qualidade artística.
Entre as inúmeras dependências, o realce vai para a Casa da Livraria, obra de excepcional qualidade executada por Manuel Caetano de Sousa entre 1771 e 1794. Equilíbrio, monumentalidade e clareza são alguns dos atributos desta imensa biblioteca rocaille, reunindo nos seus dois andares de estantes alguns dos mais notáveis livros impressos - fundo bibliográfico que conta com cerca de 40 000 exemplares.


Como referenciar este artigo:
Palácio-Convento de Mafra. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-11-20].

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